Ao participar do 3º Encontro d

e Tecnologia, promovido pela Integrada Cooperativa Agroindustrial de Ubiratã, no dia 18 de janeiro, o professor Luiz Lazinski, do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), informou aos produtores sobre as tendências climáticas para a safra 2008, especialmente em relação ao inverno. Lazinski disse à reportagem da Folha que o clima nesse início de ano tem se comportado muito bem para a lavoura. “A safra está muito boa. Não há doença e as chuvas chegaram na medida certa. As temperaturas também estão boas. A previsão é de que neste mês de fevereiro haverá chuva abaixo da média, mas isso não trará nenhum problema”, informa o especialista antecipando que a preocupação é quanto à safrinha. Lazinski diz que estamos no ano em que há a influência do fenômeno La Niña, que provoca a má distribuição de chuvas. “O produtor deve ficar atento porque a partir de março as chuvas devem diminuir bastante. Normalmente as chuvas já diminuem no outono/inverno nesta região, mas existe uma tendência de que sejam mais escassas neste ano, principalmente a partir de abril. Para a safrinha o clima pode não ser tão bom como tivemos na safra de verão”, alerta. Segundo ele provavelmente vamos ter um frio mais cedo nesse ano. “No ano passado tivemos geada no final de abril e começo de maio, o que acabou prejudicando algumas lavouras. A chance é grande de termos geada mais cedo nesse ano. O agricultor deve ficar atento porque podem ocorrer geadas mais fortes do que as registradas no ano passado”, registra.
MUDANÇAS CLIMÁTICASO especialista do Inmet também abordou na entrevista sobre as mudanças climáticas que ocorrem no planeta. Luiz Lazinski explica que o clima sempre foi irregular e nunca tivemos um ano igual ao outro. “Hoje, fala-se muito em mudanças climáticas e aquecimento global. Tem muita coisa que é séria, mas tem muita coisa que é conversa fiada. O que precisamos entender é que o clima no mundo sempre mudou e vai continuar mudando. Nós tivemos no passado eras glaciais, períodos mais quentes, períodos mais frios. Será que estamos influenciando na mudança desse clima? Não temos dados suficientes para afirmar isso. Temos dados de 200-300 anos. Como vamos comparar com dez ou vinte mil anos de dados? O agricultor verifica que o clima está mudando e na verdade sempre mudou e vai continuar mudando. O que precisa é ficar atendo às mudanças”, orienta.
Para Lazinski o clima é o fator fundamental de sucesso ou não na lavoura, pois é o único fator na agricultura que nós não temos controle. “Você controla tudo: manejo de solo, pragas, doenças, sementes. O agricultor não tem como mexer no clima, mas pelo menos ele tem uma idéia do que pode encontrar pela frente com relação às temperaturas e às precipitações”, finaliza.